O cooperativismo de crédito vem se expandido aceleradamente no Brasil. As distorções do mercado financeiro, as dificuldades de acesso ao crédito e as necessidades específicas das populações de menor renda impulsionam o crédito mútuo.

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Embora o cooperativismo tenha completado 170 anos de existência no mundo e um centenário (1902) no Rio Grande do Sul está sendo redescoberto como ferramenta importante de combate às desigualdades e enfrentamento da globalização.

O espírito gregário, associativo das comunidades é diferencial para o desenvolvimento sustentável. Há uma relação direta entre grau de organização social e nível de desenvolvimento, notadamente pela presença de cooperativas.

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Assim, podemos observar que, coincidentemente, os países mais desenvolvidos do mundo apresentam maior número de cooperativas. É assim nos EUA onde existem mais de 48 mil cooperativas envolvendo mais de 40% da população. No Canadá mais de 60% da população integra cooperativas. E em grande parte da Europa ocorre o mesmo.

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O cooperativismo de crédito e agropecuário representa as maiores expressões econômicas dentre os diversos ramos de atividade.

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No caso do crédito, na Holanda, por exemplo, o Banco cooperativo opera como Banco Central daquele país. Na Alemanha, França e Japão movimentam grandes somas financeiras através de grandes bancos cooperativos.

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No Brasil, temos dois bancos cooperativos - Bansicredi e Bancoob - e um terceiro em constituição ligado às Unicred. Já reúnem mais de 2 (dois) milhões de associados em mais de mil cooperativas, 32 centrais e quatro confederações.

Apresentaram ativos totais de R$ 12,7 bilhões e realizaram R$4,8 bilhões em operações de crédito.

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O mais importante não é quanto dinheiro as cooperativas movimentaram, mas quanto de benefício gerou. Isso é fácil de se verificar. Por exemplo, enquanto os bancos comerciais, em 2004, cobraram uma taxa mensal de juros sobre o cartão de crédito da ordem de 10,48%, nas cooperativas os associados pagaram 5,92%. No caso do Cheque Especial, os bancos comerciais cobraram em média 8,46%, enquanto nas cooperativas foi de 5,41%. E no crédito pessoal a diferença a favor das cooperativas foi de 5,55% para 2,88% ao mês. Isto sem contar que as sobras da movimentação do dinheiro poupado/aplicado pelos associados em cooperativas retornam para os mesmos. Deve-se ainda considerar os benefícios para a comunidade ao reter e fazer circular a riqueza na região de origem.

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Portanto, indiscutivelmente o cooperativismo faz bem para seus associados e para a comunidade. Faça as contas e comprove o valor cooperativo.

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Fonte: Vicente Bogo - Presidente da Ocergs/Sescoop-rs/ Artigo escrito para a MUNICRED-POA - julho de 2005